Jornal do Comércio: Culpar a Brigada por execução em aeroporto é ‘leviano’, diz comandante

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ger_12231-565496O comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Alfeu Freitas, declarou ontem, durante os desfiles de 20 de Setembro em Porto Alegre, que não cabe à corporação o policiamento na área interna do Aeroporto Internacional Salgado Filho. No local, o jovem Marlon Roldão foi executado a tiros na segunda-feira, enquanto acompanhava o embarque de um amigo. Segundo o comandante, é “leviano” atribuir à Brigada Militar responsabilidade pelo crime.
“A BM nunca se omitiu em qualquer ação. Não é da nossa competência estar na área interna do aeroporto, assim como não seria na área interna de um shopping”, alegou Freitas. Ele garantiu que a corporação seguirá atuando em todos os locais sempre que chamada, mas frisou que a segurança pública é uma “responsabilidade de todos nós, e não só da BM”.
A responsabilidade pela segurança dentro do Salgado Filho vem sendo alvo de desencontros desde que ocorreu o crime. Em nota, a Infraero disse, na segunda-feira, que “o assassinato ocorreu em área pública do aeroporto, onde a responsabilidade pela segurança é da Polícia Militar”. Em paralelo, a Polícia Federal garantiu que “não há atribuição legal para que atue em crimes comuns cometidos no perímetro do aeroporto, a não ser que haja prejuízo à União”.
Roldão, que completava 18 anos na segunda-feira, estava acompanhado de familiares quando foi executado por duas pessoas, que efetuaram mais de 20 disparos no setor de desembarque do terminal 2 do aeroporto. No momento dos tiros, torcedores do Grêmio aguardavam o desembarque do novo treinador do time, Renato Portaluppi, o que causava ainda mais movimentação do que o usual. Após o crime, a dupla fugiu em um Chevrolet Cobalt cinza, que foi abandonado logo em seguida. Até o fechamento da edição, os autores do crime não tinham sido presos.

Força Nacional atuará em áreas mais violentas

Durante o Desfile Farroupilha, o coronel Freitas afirmou não dispor de informações sobre um eventual reforço da Força Nacional, como forma de ampliar o combate à violência em Porto Alegre. Porém, garantiu que agora os soldados enviados pela União estão “mais familiarizados” e passarão a ser deslocados para locais onde a criminalidade esteja mais acentuada, sem prejuízo do policiamento nas principais vias. “A pior coisa para um policial é estar empenhado com algum problema, um tiroteio ou outra situação, e não saber dizer onde está. Por isso tivemos esse cuidado”, afirmou.
Diferentemente do que acontece de praxe, o comandante-geral da Brigada desfilou à frente de sua tropa nos festejos farroupilhas. Foram 600 policiais militares a participarem, entre integrantes do Batalhão de Operações Especiais, soldados ainda em formação e crianças do projeto PM Mirim, de Santa Cruz do Sul.