— Eu não tenho explicação. Desde bem pequeno, ele não pode ver um policial que sai correndo para cumprimentar. Alguns PMs chegam a se assustar — contou Daiana Lopes, de 28 anos, mãe do pequeno.
A família mora no bairro Vila Três, uma área atingida por constante conflito entre facções criminosas. Daiana trabalha como inspetora de alunos e, há dois anos, passou a sustentar a família, que inclui o marido desempregado e três filhos. Sem condições de fazer uma festa para o menino, ela combinou que o levaria para conhecer um batalhão de polícia. Mas integrantes do movimento #Basta, que denuncia a falta de estrutura e condições de trabalho da corporação, ficaram sabendo da história e decidiram se mobilizar para comemorar o aniversário de Raphael.
— É preciso estimular esses bons sonhos — disse Roberta Trindade, jornalista e fundadora do movimento #Basta.
A festa foi financiada por policiais militares de diversos batalhões, por doadores e comerciantes da região.
