Diário Popular: Pelotas sofre com falta de efetivo policial

Sem efetivo suficiente para uma guarnição, viaturas ficam na garagem - Jô Folha - DP
Sem efetivo suficiente para uma guarnição, viaturas ficam na garagem – Jô Folha – DP

Falta de efetivo estaciona viaturas

Em alguns locais, como posto do Laranjal e Patram, problema impera há quase dois anos

Por: Giulliane Viêgas

Viaturas da Brigada Militar estão paradas no pátio do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Pelotas, por falta de efetivo para compor uma guarnição para sair às ruas. Os veículos estão estacionados no quartel há pouco mais de um ano.

Segundo informações de PMs que atuam na corporação são, pelo menos, três viaturas sem uso. “A situação só vai piorar. A BM está sucateada, o momento é de preocupação”, alertou um policial.

Para realização do policiamento é determinação da instituição militar que estejam dois PMs – motorista e patrulheiro – apostos no veículo. Desde o início do ano até setembro, mais de 80 policiais entraram para a reserva da BM. No período, não houve reposição de efetivo. “Nossa realidade é essa. Todos perdem, nós e a população”, disse o PM.

O problema também é enfrentado no posto da BM do Laranjal. Lá, a situação permanece assim há quase dois anos. Em julho do ano passado o Diário Popular fez uma reportagem relatando a situação da praia. De lá pra cá, nada mudou.

A unidade é responsável pelos balneários Valverde e Santo Antônio. No entanto, por conta do déficit, a viatura não sai da garagem. No posto, quatro policiais revezam uma escala durante a semana. No Laranjal há um PM para 12 horas de trabalho. Conforme um militar, em caso de emergência – ou não -, uma guarnição do Centro da cidade – cerca de 15km distante – é acionada para atender o chamado. Outras unidades da BM, como a Patrulha Ambiental (Patram), também sofrem com a carência de efetivo e sobra de viaturas.

Com comércio na orla da praia há mais de cinco anos, Ivone Pereira, 56, comenta que há algum tempo a insegurança tem dividido os dias com moradores do bairro. Entretanto, desde o ano passado o Laranjal está “jogado” pela BM. “A gente vê eles circulando por aqui durante o fim de semana. Entendo, já que a movimentação é maior – mas e nós, moradores? Não podemos contar com o posto daqui por que não tem policial para nos atender”, reclama.

Procurado pelo Diário Popular para comentar a situação do 4º BPM, o comando da corporação informou através de nota que os dados relativos a efetivo, viaturas e armamento são considerados estratégicos pela instituição. O comando informou ainda que o Laranjal é atendido regularmente pelo efetivo do Batalhão e que a partir do dia 16 dezembro iniciará a Operação Golfinho.