Presos atearam fogo em colchões devido à suspensão da entrada de familiares
A entrada de familiares de detentos voltou a se normalizar, no fim da manhã deste sábado, no módulo 1 da Penitenciária Modulada de Charqueadas, na região Carbonífera. Mais cedo, um grupo de presos se revoltou com a suspensão das visitas e ateou fogo em colchões no pátio do módulo 1. O princípio de incêndio foi controlado, sem saldo de feridos, mas agentes penitenciários, que no início da manhã impediram a entrada de parentes, permaneceram em frente ao complexo, em uma barricada com queima de pneus.
A suspensão de visitas foi uma retaliação da categoria à proposta de modificação do regime de plantão. Conforme um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa, dentro do conjunto de medidas de austeridade a serem votadas a partir de segunda-feira, o governo propõe a extinção dos plantões de 24h nos presídios. Com isso, terão de ser realizados três turnos de oito horas por equipes, reduzindo drasticamente o pagamento de horas-extras.
A cada troca de plantão, os agentes penitenciários terão de fazer uma nova contagem de presos, o que pode gerar insegurança e motins, conforme o sindicato da categoria. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs), Cláudio Fernandes, esse procedimento é arriscado, especialmente no plantão da noite.
A Modulada de Charqueadas soma 1.301 presos, conforme dados da Susepe referentes a outubro. A Superintendência não vai se manifestar sobre o tema, segundo a assessoria de imprensa, o que só deve ocorrer se o projeto for aprovado na Assembleia. Conforme o órgão, nos demais presídios do Estado as visitas ocorrem normalmente.
Rádio Guaíba
Detentos das Penitenciárias Modulada e Estadual de Charqueadas, na Região Metropolitana, queimaram colchões no pátio dos presídios na manhã deste sábado (17). O objetivo é mostrar contrariedade ao atraso nas visitas causado por um bloqueio em um outro protesto, organizado pelo Sindicato dos Servidores da Susepe (Amapergs).
Os agentes fizeram barricadas na única via de acesso ao Complexo. Desde às 2h deste sábado, com fogo em madeira e pneus, os cerca de 50 funcionários públicos realizam a manifestação. O protesto seguia até próximo das 10h, segundo o vice-presidente da Amapergs, Cláudio Fernandes.
Conforme o diretor do sindicato, a ação é contrária ao Projeto de Lei 245, do Governo Estadual, que altera o turno de trabalho agentes da Susepe. O maior problema, segundo ele, é que o número de conferência dos presos vai aumentar para três, inclusive uma à noite. Atualmente, é feita uma revista a cada troca de turno dos trabalhadores, às 6h.
“A insatisfação não é só dos agentes. Os presos não vão aceitar serem retirados às 23h para revista. Esse procedimento vai causar revolta. Hoje é prova disso. Queremos mostrar que o Governo está errado”, afirmou o sindicalista.
Posição da Susepe
A Susepe admite haver uma movimentação dos servidores da região de Charqueadas contra o projeto de lei, mas nega que houve o incêndio em colchões. O órgão diz que a situação está normalizada. Afirma, ainda, que tudo ocorre sem alteração nas demais regiões com presídios.
GAÚCHA
