Cruzes foram cravadas na areia para simbolizar os policias assassinados no estado. Cartazes, com frases em inglês, criticam sucateamento das polícias.
Por Matheus Rodrigues, G1, Rio de Janeiro
Um grupo de manifestantes realizava um ato na manhã deste domingo (15) em frente ao Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, contra as condições de trabalho e morte dos policiais militares do estado. Cruzes e bonecos com fardas sujas de sangue foram espalhados pela areia da praia mais famosa do mundo.
“A nossa principal reivindicação é que cesse a caça contra policiais no Rio. Nós estamos pedindo uma resposta do estado a todas as ações que o policial está sofrendo. Até agora temos 10 policiais assassinados em 2017 e não tem uma resposta efetiva do estado. A gente quer uma pronta resposta em relação à carnificina que está acontecendo no Rio”, disse o primeiro tenente da reserva da PM Nilton da Silva Pereira.
‘Bem vindo ao inferno’: cartazes com frases escritas em inglês denunciam o sucateamento da segurança pública no estado (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Cartazes relatando a situação dos PMs do Rio foram espalhados pela orla. Muitos tinham as frases escritas em inglês, como forma de chamar a atenção dos turistas.
Os manifestantes soltaram fogos e fizeram discursos para chamar a atenção de quem passava pela praia. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, foi alvo de críticas por causa do atraso no pagamento dos funcionários da classe.
Cartazes do protesto realizado na Praia de Copacabana contra a morte de policiais traz frazes em inglês que evidenciam o sacateamento da corporação no estado. Em 2016, foram 63 mortes, segundo a entidade (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
11ª vítima
Neste domingo, aumentou para 11 o número de policiais militares assassinados no RJ este ano. O caso aconteceu em São João de Meriti, Região Metropolitana da capital. De acordo com a PM, o 2º Sargento Cristiano Macedo tinha 40 anos e estava há 18 na corporação. Ele foi morto a tiros na Fazenda Futebol Clube.
Segundo a PM, testemunhas contaram que o sargento tentou separar uma briga que acontecia no local e acabou sendo morto. Outras duas pessoas, um homem e uma mulher, cujas identidades não foram informadas, também foram baleadas na ação. O homem não resistiu e morreu no local do crime. Já a mulher segue internada no PAM de Meriti, para onde o policial também chegou a ser levado.
Protesto em Copacabana chama a atenção para o crescente número de assassinatos de PMs no estado (Foto: Matheus Rodrigues/G1)