Pioneiro: Depois da morte de sargento, mulheres de policiais militares protestam em Caxias do Sul

Grupo também manifestou descontentamento com o parcelamento do salário dos maridos

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Cerca de 30 mulheres, esposas de policias militares, protestaram no começo da noite desta terça-feira em frente ao 12º Batalhão de Polícia Militar (12ºBPM), em Caxias do Sul. O ato foi motivado pela morte do sargento Edir Hendges Welter, 47 anos, assassinado na segunda-feira, e pelo parcelamento dos salários dos policiais, que se arrasta há mais de um ano.

— É uma mistura de indignação, por vivermos nessa incerteza de receber ou não o salário, com o medo de perdermos os nossos maridos, já que a vida deles está sempre em perigo — afirma Luciana Nunes de Almeida, 25, esposa de um policial.

O grupo segurou cartazes com mensagens que diziam, por exemplo, “não queremos uma bandeira e um herói morto, queremos proteção do Estado e uma vida”, “Mais um guerreiro que se foi lutando por essa sociedade ingrata”, “Segurança desvalorizada, população ameaçada” e “Sartori, cadê o dinheiro do nosso leitinho”.

A pequena Érika de Almeida Boff, de 1 ano e nove meses, segurou um cartaz durante o protesto. Ao lado, a mãe dela, Luciana Nunes de Almeida, 25.Foto: Porthus Junior / Agencia RBS

— Nossos maridos trabalham, se arriscam para garantir a segurança da sociedade e não são valorizados. Estamos aqui lutando por eles e pelas nossas famílias — reforça a esposa de outro policial, Sirlei Weber, 36.

No final do protesto, as mulheres seguiram até o local onde ocorre o velório do sargento, onde entregaram rosas brancas para a família.