Quatro detentos deixaram o local após serrar grades
A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar como os quatro presos que fugiram da Central de Polícia, em Canoas, tiveram acesso à serra usada para cortar grades. A fuga ocorreu na segunda, mas só se tornou pública nesta terça-feira (28).
Segundo o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Fábio Motta Lopes, há duas hipóteses iniciais a serem trabalhadas. Uma delas é a de que o objeto cortante entrou em comidas levadas aos presos por familiares. Um dos exemplos de alimentos citados pelo delegado para explicar a entrada despercebida da serra é uma embalagem de iogurte. O objeto sem o cabo pode ter entrado em um pote não transparente da bebida.
“Como nós não temos estrutura adequada para alimentação, muitos deles são trazidos por familiares (…) É feita vistoria com uma certa frequência, e todo material que vai entrar em uma cela é olhado”, afirmou o policial.
A outra suspeita dos policiais é de que resquícios de uma obra feita no local possam ter ficado em uma área em que os presos tiveram acesso.
Segundo o delegado, os agentes da delegacia estavam lavrando alguns autos de prisão em flagrante quando começou uma “batucada” feita pelos presos. O barulho fez com que os policiais não percebessem que a grade era cortada. Superlotadas, as celas ficam mais ao fundo da delegacia.
O delegado reclama do uso de policiais civis para cuidar de presos. Ele lembra que um dos homens que fugiu estava na carceragem há mais de 20 dias.
“Esse é um local que tem sofrido com a superlotação. O que temos são salas de contenção, para os presos ficarem no máximo 24 horas. Depois disso, os eles deveriam ser levados para o sistema prisional. Não temos carcereiros, não temos estrutura para ficar com esses presos”, afirmou, ao reforçar que a falta de estrutura pode incentivar outras fugas.
O único preso que não fugiu da cela foi ouvido pela polícia. Por medo de represália dos que deixaram o local, ele não deu muitos detalhes.
A recaptura dos fugitivos é trabalhada agora como prioridade para Polícia Civil. Até o momento, não há notícia do paradeiro deles.
GAÚCHA