Mais de 100 presos estão mantidos em abrigos improvisados pela Brigada Militar e Polícia Civil
A Polícia Civil contabilizava no final da manhã desta segunda-feira um total de 133 presos que aguardam vagas no sistema prisional em Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale dos Sinos. Na Capital, a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) tinha seis e a 3ª DPPA outros cinco. No ônibus-cela Trovão Azul, que está agora estacionado no interior de uma propriedade do governo estadual, na avenida Sertório, encontravam-se 12 sob custódia da Brigada Militar. O local é marcado por um terreno enlamaçado com a chuva e exposto às intempéries.
Por sua vez, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) abrigava 22 presos. O Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) não havia ainda contabilizado. Já Canoas estava com 32; Gravataí com 17 (onde alguns estavam na madrugada em permaneciam dentro de viaturas da Brigada), São Leopoldo com 12, Novo Hamburgo com 10, Viamão com 9 e Alvorada com 8.
No próximo dia 7 de junho, a partir das 10h, será realizada a audiência pública “A situação dos presos mantidos, ilegalmente, nas carceragens das delegacias”, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. A reunião foi solicitada pela Ugeirm Sindicato, que representa os policiais civis, junto à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL.
Em nota oficial, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) explicou que, em razão da “crescente superlotação dos estabelecimentos prisionais e das dificuldades enfrentadas na abertura de vagas no sistema penitenciário”, a desativação do ônibus-cela conforme determinação do secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, será “gradual e ocorrerá pelos próximos dias, onde serão buscadas alternativas para alocação dos presos em unidades prisionais do Rio Grande do Sul”.
Na avaliação da Susepe, o aproveitamento do ônibus-cela Trovão Azul evita “a imobilização de viaturas da Brigada Militar para a custódia de presos, liberando-as para prover a segurança da sociedade”.