Colegas acionaram sirenes em homenagem ao escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos. Agente foi morto com tiro na cabeça durante cumprimento de mandado em apartamento na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Por G1 RS
m vez do silêncio, o luto virou barulho. Sirenes ecoaram na tarde desta sexta-feira (23) em Porto Alegre em homenagem ao escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, de 39 anos, morto durante uma operação contra o tráfico de drogas em Gravataí, na Região Metropolitana (veja o vídeo).
Um grupo de agentes estacionou as viaturas pretas em frente ao Palácio da Polícia, no início da tarde, para o “sirenaço”. No pátio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) também houve um ato simbólico.
No fim da tarde, uma carreata percorreu ruas e avenidas de Porto Alegre. Inicialmente, o grupo seguiu até uma funerária de Canoas, onde estava o corpo do agente. Depois, as viaturas seguiram até o prédio do Tribunal de Justiça, onde ocorreu um novo sirenaço.
Também houve atos em cidades do interior. Em Cruz Alta, policiais civis, militares, rodoviários e também bombeiros participaram da homenagem. Durante um minuto, as sirenes das viaturas ficaram acionadas. Depois houve um minuto de silêncio.
O policial civil será velado na capela B do Cemitério Municipal São João, no bairro Higienópolis, a partir das 19h. O sepultamento está previsto para este sábado (24), às 11h.
A morte do policial civil
Silveira foi baleado na cabeça durante o cumprimento de um mandado judicial em um condomínio popular de Gravataí, no início da manhã. A operação era coordenada pela 2ª Delegacia de Polícia da cidade.
Conforme o titular da Delegacia Regional Metropolitana, delegado Volnei Fagundes Marcelo, o agente foi recebido a tiros ao entrar no apartamento, com mais seis colegas, entre eles a esposa, que também é policial civil. A mulher presenciou o crime.
A suspeita é que o disparo tenha sido efetuado por um homem de 25 anos, que estava em um dos quartos do apartamento com mais duas pessoas, segundo o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Fabio Motta Lopes. Outras duas também estavam no local que era alvo da investigação.
“Todos do grupo eram ligados ao tráfico de drogas”, afirmou ele ao G1. Eram quatro homens e uma mulher.
“O suspeito de efetuar os disparos tem vários antecedentes criminais por homicídio e por vários roubos”, explicou. O delegado disse ainda que a Polícia Civil já havia solicitado a prisão preventiva do suspeito, no início deste mês. No entanto, não houve resposta do Judiciário.
Após o disparo, os agentes revidaram e houve troca de tiros. Os cinco integrantes do grupo foram presos.
Silveira foi socorrido e levado pelos colegas para o Hospital Dom João Becker, mas não resistiu aos ferimentos. No apartamento foram apreendidos um revólver e uma pistola, além de uma quantia em drogas.
Em nota, o chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, lamentou a morte do escrivão e salientou que se solidariza com a dor dos familiares e disse que Silveira deixou como legado “uma bela trajetória marcada pelo profissionalismo e dedicação incondicionais”.
SIlveira e a esposa entraram para a Polícia Civil na turma de 2012. Ele deixa um casal de filhos de 7 e 10 anos de idade.