Tensão extrema nas delegacias de Polícia

SUPERLOTAÇÃO

A falta de vagas no sistema prisional está prejudicando o trabalho da Brigada Militar e da Polícia Civil. Os policiais têm que ficar fazendo a custódia de presos que deveriam ser encaminhados aos presídios, mas ficam aguardando em viaturas e delegacias. Na tarde de ontem, mais de 50 detidos se amontoavam na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas. Conforme o Ugeirm Sindicato, os presos estão em celas abarrotadas. “O clima é muito tenso”, afirmou um representante da entidade.

As DPPAs de Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Gravataí, Novo Hamburgo e São Leopoldo também estão lotadas. Os agentes acabam fazendo o papel de carcereiros. Já os PMs deixam de atuar no patrulhamento ostensivo para permanecer cuidando dos presos nas viaturas paradas em frente às delegacias. Em Porto Alegre, as autoridades estão usando também o ônibus-cela Trovão Azul, da Susepe. O veículo está estacionado em um terreno do governo estadual na avenida Sertório. Expostos ao clima chuvoso e no meio da lama, os brigadianos vigiavam 46 detidos no início da tarde de ontem. A superlotação obrigou a colocar nove presos algemados na cabine do veículo, inclusive no banco do motorista. Na Capital, Região Metropolitana e Vale do Sinos, o número de detidos esperando vagas nos presídios era de 226, no final da manhã.

A audiência pública “A situação dos presos mantidos ilegalmente nas carceragens das delegacias” acontece na manhã desta quarta-feira na Assembleia.

PRESÍDIO DE GUAÍBA

Nova licitação será lançada

No mês em que o governo do Estado pretendia inaugurar o Presídio de Guaíba, abrindo mais 672 vagas no sistema prisional, as autoridades foram avisadas que 20% dos serviços necessários para a conclusão da obra seguem pendentes. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) recebeu ontem o aviso da paralisação dos trabalho se a rescisão do contrato com a empresa Porto novo Empreendimentos e Construções Limitada. A empresa foi procurada pelo Correio do Povo, mas não retornou as ligações.

O secretário-adjunto da SSP, coronel Everton Oltramari, explicou que a decisão ocorreu após a empresa atrasar o cronograma. “Nós temos praticamente 80% da obra concluída”, disse Oltramari. Com isso, o governo irá abrir um segunda licitação. A expectativa é que o presídio seja entregue até o início do ano que vem. A construção teve início em novembro de 2010. A previsão de entrega da obra seria precisamente em junho de 2017. No ano passado, a empresa interrompeu os serviços de execução da obra, pois era necessário compatibilizar os projetos elétricos e hidrossanitários. A obra foi retomada no início deste ano, mas em março ocorreu um novo atraso. O presídio está localizado próximo ao km 30 da BR 116, na Estrada da Restinga.

CORREIO DO POVO