VÍDEO: Presos gravam confusão e reação da BM dentro do Presídio Central

Imagens foram feitas na tarde dessa quinta-feira

Um vídeo gravado por presos dentro de uma das celas do Presídio Central de Porto Alegre mostra a confusão entre detentos no pátio da instituição, na tarde dessa quinta-feira (13). Nas imagens, os detentos do pavilhão B aparecem com pedras na mão, jogando contra os muros do presídio, e gritando, em coro, o nome de uma facção criminosa.

Conforme o tenente-coronel Marcelo Gayer, diretor do presídio, o tumulto teve início após o desentendimento entre membros de duas facções criminosas durante a revista de rotina no presídio. Depois disso, a Brigada Militar agiu com balas de borracha e bombas de efeito moral e conseguiu acalmar os ânimos sem que ninguém ficasse ferido.

“É sabido já de todos que há uma animosidade entre duas facções criminosas no nosso Estado e Capital. Alguns dos membros desses grupos começaram xingamentos pelo pátio e janela. Ontem, estavam meio exaltados e começaram a jogar pedras do pátio contra pavilhão onde estava facção rival”, relata o diretor.

Depois disso, a Brigada Militar identificou os presos envolvidos na confusão. Eles vão responder a Processo Administrativo Disciplinar, aberto ainda ontem.

Os PMs também identificaram os presos que gravaram o vídeo da confusão. No entanto, o celulares deles ainda não foi retirado. O motivo, segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), é que a revista estrutural no pavilhão F ainda está sendo realizada. Ele garante que vários celulares já foram apreendidos em uma nova revista feita hoje.

O diretor do presídio afirma que policiais estão na revista desde as 6h de hoje, com efetivo maior do que o habitual. O objetivo é encontrar mais celulares que possam estar com presos.

Conforme Gayer, está sendo difícil controlar a entrada de aparelhos por causa do grande número de arremessos de celulares por cima dos muros. Mesmo assim, ele acredita que 80% dos arremessos sejam frustrados por policiais. De acordo com ele, o que ocorre no presídio “é um jogo de gato e rato o tempo todo”.

GAÚCHA

BM realiza maior “pente-fino” no Presídio Central dos últimos 22 anos

Ao todo, 400 policiais fizeram a varredura no local que tem 4,8 mil presos em 1,9 mil vagas

A Brigada Militar deflagrou ao amanhecer desta sexta-feira a sua maior operação nos últimos 22 anos dentro do Presídio Central de Porto Alegre, que está superlotado, com mais de 4,8 mil presos para apenas 1,9 mil vagas. Cerca de 400 policiais militares do 1º Batalhão de Operações Especiais (1º BOE) e da força-tarefa da BM que controla o estabelecimento penal, foram mobilizados para realizar uma varredura nos pavilhões A e F, onde ocorreu um tumulto na tarde de quinta-feira passada.

Alguns dos integrantes das facções rivais Anti-Bala, do pavilhão A, com 750 detentos em duas galerias, e Bala na Cara, do pavilhão F, com 1.120 apenados em três galerias, provocaram-se à distância com gritos e palavrões seguidos de pedradas. Houve então a necessidade da intervenção enérgica da Brigada Militar que tinha em andamento a tradicional revista de quinta-feira e estava com um efetivo reforçado. “Não houve feridos”, observou.

O tenente-coronel Marcelo Geyer garantiu que as ações serão a partir de agora periódicas. Ele justificou que tem ocorrido um aumento de animosidade entre detentos de grupos rivais. “Não é de praxe deles ficarem se ofendendo”, lembrou, atribuindo o crescimento de atritos e provocações entre os pavilhões ao que acontece com as facções no lado externo.

“É um reflexo da rua”, resumiu, acrescentando que “o manejo da situação é muito complicado e, por isso, a presença da tropa especializada em contenção. O oficial recordou que a conduta da BM com os detentos sempre é pelo diálogo e respeito. O crescimento de arremessos de celulares para dentro da casa prisional também está sendo combatido.

A megaoperação pente-fino não registrou incidentes durante o dia de ontem. As galerias foram esvaziadas, uma de cada vez, sendo os presos levados para os pátios durante a revista nas celas. Até o meio dia haviam sido apreendidos 12 celulares, alguns chips e porções de drogas. No entanto, o tenente-coronel Marcelo Geyer destacou que o principal objetivo da ação foi de acalmar os ânimos e mostrar que os maiores prejudicados serão os próprios detentos em caso de novos incidentes.

O oficial aproveitou para confirmar que serão somente detentos do Presídio Central que vão ocupar todas as 144 vagas recém-abertas da Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2). O levantamento de quem será transferido já está sendo efetuado pela BM.

Fonte:Correio do Povo