Possível ingresso de 6,1 mil policiais civis, militares e bombeiros, redução do atual déficit de 53,6% chegaria em torno de 7%. Estado deveria ter mais de 50 mil agentes e conta com 23,4 mil
Se todos os 6,1 mil policiais civis, militares e bombeiros aprovados no concurso anunciado pelo governador José Ivo Sartori na manhã desta terça-feira (4) forem chamados no próximo ano, o atual déficit das forças de segurança do RS seria reduzido em 7%. Hoje, o Estado tem pouco menos da metade considerada ideal. Caso o número de aposentadorias em 2018 repita os 1,5 mil previstos para este ano entre a Polícia Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros, o déficit reduziria de 53,6% para 44,5%. O Estado deveria ter 50.651 agentes de segurança pública, e hoje conta com 23.472.
Ainda assim, em caso de conclusão do concurso ainda durante este governo, o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, cumprirá a meta de zerar as perdas por aposentadorias deste período. Nos últimos três anos, foram 5.531 aposentadorias. Já ingressaram até hoje, desde o começo do governo Sartori, entre as três corporações, 2.051 agentes.
O maior problema de efetivo está justamente naquele mais perceptível pela população. Conforme o departamento administrativo da Brigada Militar, o atual efetivo da corporação é de 15,8 mil PMs. Está 57,3% abaixo dos 37.050 considerados necessários por lei no Rio Grande do Sul. Neste ano, 1.480 policiais militares do último concurso, de 2014, já foram convocados. A perspectiva, com o concurso anunciado nesta terça-feira, é de que outros 4,1 mil soldados sejam incorporados, além de 200 oficiais.
O acréscimo de policiais militares graduados, no entanto, não representará necessariamente aumento de agentes na Brigada Militar. No último concurso público, 60% dos candidatos a oficiais eram praças que cursaram Direito e tentavam novos postos.
Na Polícia Civil, o déficit atual é estimado em 46,6%. A corporação conta com 5.072 agentes atualmente. Neste ano, 364 agentes aprovados em concurso já foram convocados e a perspectiva, com o certame anunciado nesta terça, é de que 1.200 agentes e outros 100 delegados sejam acrescidos.
Já os bombeiros ainda vivem a expectativa de aprovação na Assembleia Legislativa, nos próximos dias, do projeto que regulamentará o seu efetivo separado da Brigada Militar. Atualmente, são 2.600 bombeiros no Estado. Um déficit de 36,6% em relação aos 4.101 apontados como o ideal no projeto de lei. O concurso abriria 450 vagas para soldados e outras 50 para oficiais da corporação.
Conforme o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Adriano Krukoski Ferreira, em dois anos e meio, finalmente a balança entre quem sai e quem entra na corporação inverteu-se positivamente. Neste ano, aposentaram-se 400 bombeiros e já ingressaram 505. Se contar com o concurso, o saldo praticamente duplica.