Policiais militares que arriscaram a vida cobatendo assaltos em Porto Alegre são homenageados

Jean Cássio de Vargas e Juliano Messa receberam homenagens por atos heroicos. Foto: Guilherme Testa/CP

Juliano Messa evitou um crime no bairro Mont’Serrat e Jean Cássio de Vargas impediu ataque a ônibus

O Instituto Cultural Floresta (ICF) homenageou na manhã desta terça-feira dois policiais militares que arriscaram suas vidas para salvar as de outras pessoas. A cerimônia ocorreu na praça Carlos Simão Arnt, conhecida como Praça da Encol, no bairro Bela Vista. O primeiro agraciado foi o soldado Juliano Messa, 25 anos, do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que interveio em um roubo de carro na noite de 24 deste mês na rua Silva Jardim, no bairro Mont’Serrat. De folga, o brigadiano baleou e matou um assaltante que havia rendido um casal e preparava-se para fugir no Honda HRV das vítimas. Outros dois cúmplices do bandido fugiram em um carro não identificado.

Já o segundo homenageado foi o soldado Jean Cássio de Vargas, 28 anos, da Rondas Ostensivas com Apoio de Motos (Rocam) do 9º BPM, que ficou paraplégico após ser atingido por três tiros ao impedir um assalto no interior de um ônibus da linha Paulino Azurenha na avenida Érico Veríssimo, no cruzamento com a avenida Ipiranga, no bairro Menino Deus, na noite de 11 de junho.

O presidente do ICF, Leonardo Fração, disse que é preciso tentar estimular uma mudança cultural de comportamento de toda população em relação à valorização do policial. “Se a gente sentar e conversar sobre os incentivos de um policial hoje para colocar a vida dele em risco pela nossa, as únicas duas palavras que me explicam alguém fazer o que eles fazem é heroísmo e paixão pela profissão”, afirmou. Sobre a homenagem prestada, ele destacou o “o ato de coragem”. Na opinião dele, o policial “acorda todo o dia de manhã sem saber se vai voltar para casa” e “coloca em risco a vida dele pela de um estranho que somos nós”.

Leonardo Fração aproveitou o evento para manifestar expectativa da aprovação pelos deputados estaduais do projeto de lei de incentivo à segurança pública. “Com essa lei aprovada temos condições de colocar R$ 30 milhões por mês em segurança pública”, calculou. “É para melhorar a capacidade de trabalho dos policiais”, resumiu.

O comandante do 11ºBPM, tenente coronel Douglas da Rosa Soares, agradeceu a homenagem. “Temos notado o agradecimento da sociedade pelos atos dos policiais militares”, observou. De acordo com o oficial, o soldado Juliano Messa Pinto colocou em risco a própria vida, mesmo de folga, ao salvar a vida do casal. “Ele agiu de maneira correta em legítima defesa dessas pessoas”, ressaltou.

Para o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Eduardo Biacchi Rodrigues, a homenagem não ocorreu em decorrência da morte do assaltante mas sim por “celebrar a vida das vítimas e do policial”. Já o soldado Juliano Messa, que tem menos de dois anos de corporação, considerou a homenagem como “importante para todos nós da Brigada Militar”. Ao falar sobre a atuação no episódio na rua Silva Jardim, ele acredita que agiu por “instinto policial”, mas empregando as técnicas apreendidas no curso de formação. “Eu sou novo na BM e tenho muito a apreender ainda com o pessoal mais antigo. A cada dia aprendo mais com eles”, garantiu, confirmando também que o incidente ocorrido naquela noite foi “um aprendizado”.

O policial militar recebeu a homenagem das próprias mãos do casal que foi socorrido por ele: um analista de tecnologia da informação e de uma bancária, ambos com 31 anos. Os momentos em que o brigadiano apareceu e atirou no assaltante ainda são lembrados pelas vítimas. “Na hora pensei que fosse o próprio bandido atirando para cima”, recordou o analista de tecnologia da informação. “A atitude dele foi heroica”, avaliou. “A atitude dele foi corajosa. Ele foi um anjo que apareceu ali”, complementou a bancária.


Rádio Guaíba