Modernização da Carreira é fundamental na saúde mental dos Militares Estaduais do RS

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Clemente e Jairo participaram do debate com deputados e outros representantes da classe Militar

Saúde mental dos Policiais e Bombeiros Militares gaúchos foi debatida em audiência pública na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS, na manhã de quarta-feira, 14 de abril. A reunião, proposta pelo deputado Capitão Macedo, foi on line e transmitida pela TV Assembleia. Conforme o presidente da ABAMF, José Clemente, a falta da Modernização da carreira deixa os  militares de nível médio frustrados.

“Quando falamos da saúde mental dos PMs, não podemos deixar de falar de direitos humanos.” Assim começou a fala o presidente estadual da ABAMF, José Clemente, na audiência pública que debateu o alto úmero de suicídios e as doenças metais na Brigada Militar. De acordo com Clemente, “a grande massa dos Policiais Militares não vislumbra nada na carreira.” Isto, de acordo com o representante dos Militares de nível médio, foi comprovado, também, através do censo realizado pelo Comando da Corporação, que corroborou a enquete feita pela ABAMF, apontando que o maior anseio dos Policiais Militares é a necessidade de definição de uma carreira para os hoje nível médio. Foi novamente destacado o estudo técnico realizado pela ABAMF que demonstra economia para os cofres públicos com a implementação da proposta apresentada ao Comando da Brigada Militar e ao Governo do Estado.
“Não podemos viver de migalhas.” Ressaltou o presidente da ABAMF, José Clemente, ao criticar a intenção do governo de realizar concurso interno. “Parece que o governo quer privilegiar poucos e causar uma imensa confusão e um dano psicológico aos Policiais Militares”, reclamou. Para Clemente, é necessário políticas de Estado e não de governo. “O censo realizado pelo Comando da Corporação mostra claramente que a saúde mental dos praças está ligada a Modernização da Carreira”, a relação da saúde mental, está passo a passo com o direito da pessoa humana e esse direito, é parte do resgate da dignidade dos Policiais Militares”, concluiu.

O vice-presidente estadual, Jairo Rosa, relatou que a ABAMF tem atendido viúvas e o trabalho das Regionais é elogiável, auxiliando em situações difíceis. “Há problemas pessoais, financeiros, na saúde de familiares, de insatisfações por estar distante da cidade de origem, além de situações dramáticas atendidas no dia a dia e que afetam o Brigadiano. E não temos carreira! Pois, que carreira é essa que ingressamos como soldados e nos aposentamos como soldados? Por que não implementar a modernização da carreira?
Representando o Comando-Geral, major Cláudia, médica psiquiatra, alertou que doenças mentais e suicídios são temas complexos. Afirmou, ainda, que estudo da major Denise apontou o problema de forma técnica, através de números.
Os deputados, Capitão Macedo, Luciana Genro, Jeferson Fernandes, Faisal Karam, o Airton Lima, além de representantes de outras associações de Militares Estaduais tiveram voz no debate. A conclusão foi de que a Modernização da Carreira é fator fundamental para o ânimo e saúde mental da tropa. Mas, também, foram citadas as pressões que os PMs sofrem e a necessidade da substituição do RDBM por um Código de Ética. O projeto já existe, mas está engavetado.
A grande preocupação é que atentados contra a própria vida na BM se apresentam em índices bem superiores a outros estados brasileiros. Nos últimos 11 anos, foram 46 casos. Em 2021, já chegaram a sete.

Paulo Rogério N. da Silva

Jornalista da ABAMF