Por Oscar Bessi
Na manhã de hoje fui, com minha equipe de policiais militares do 27º BPM, apoiar a Polícia Civil da cidade de Feliz/RS na busca, em Caxias do Sul, por assaltantes de lotéricas, relojoarias e comércios na nossa região. Na casa, que descobrimos com ajuda da equipe de inteligência do 12º BPM – eles, aliás, reconheceram os indivíduos como suspeitos de também serem os autores de ataques a postos de gasolina, farmácia e comércios da cidade serrana -, estavam os três. Jovens, bem jovens adultos. Mas todos com uma empáfia de veteranos do crime, acostumados à violência, a fazer sofrer para se divertir, a acumular “pontos” em sua fama de bandido.
Perguntados sobre suas “broncas” anteriores, todos os três elencaram, com orgulho, roubos, assaltos, portes de armas, estupro e homicídios.
Sim, com orgulho e arrogância.
Com eles, duas armas (uma pistola e um revólver), munições, o carro usado nos ataques, uma moto que não é das mais baratas (nenhum deles trabalha), bloqueador de alarme de veículos, faca de combate, relógios e jóias que podem ter saído dos roubos praticados. Deveriam estar em outro endereço cumprindo “prisão domiciliar”, mas estavam na casa do amigo para não serem mortos pelos “contra”.
Todos eles falaram sobre suas várias “prisões” cumpridas.
– Já fui preso oito vezes, seu.
– Oito?! – perguntei, espantado. – Mas que idade tu tens?
– Dezoito.
– Dezoito anos? E oito prisões?
– Ô! Sou do crime, né seu. Sou do crime!
Assim. Óbvio e banal. E depois deste diálogo transcrito, caro leitor, não preciso dizer mais nada sobre como anda o país dos nossos jovens.
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