Rodízio de policiais na BM de Turuçu
Remanejo foi a iniciativa encontrada pelo Comando para evitar maiores prejuízos
Por: Giulliane Viêgas Diário Popular
Para driblar a crise do governo do Estado, há um mês a Brigada Militar (BM) de Turuçu faz rodízio de policiais. O revezamento ocorre após o término do horário de serviço – das 7h às 19h -, quando os PMs que atuam no município são encaminhados para São Lourenço do Sul para reforçar o efetivo da cidade. Com isso, o posto da Brigada Militar em Turuçu tem ficado de portas fechadas.
Em conversa com o Diário Popular, um policial que atua em Turuçu confirmou a situação, mas garante que desde a última segunda-feira o cenário tem mudado. “Estamos, aos poucos, conseguindo manter os policiais aqui, mas mesmo assim as nossas condições ainda são difíceis”, comentou.
O capitão do 30º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pelo policiamento em Turuçu e São Lourenço do Sul, Daniel Pierobom, explica que a medida é temporária e foi necessária, visto que o efetivo lourenciano tem sido insuficiente para fechar a escala diária com o mínimo de policiais. Pierobom reconhece que o posto da BM tem fechado as portas e que, embora os PMs da cidade estejam no município vizinho, Turuçu não está desamparado. “Caso aconteça algo, os policiais imediatamente deslocam-se para lá”, disse o capitão.
O município de Turuçu possui pouco mais de 3,5 mil moradores e conta com efetivo de oito policiais lotados no 30º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Relatório do Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Sul (CRPO-Sul) aponta, inclusive, que o 30º BPM é o que possui o pior efetivo dos batalhões que fazem parte do CRPO-Sul. A falta de PMs nesses locais é de 64,5%. Conforme dados do Comando Regional do Sul, o efetivo previsto para a região do 30º Batalhão de Polícia Militar é de 375 policiais, mas a realidade é diferente. Atualmente, 133 militares realizam policiamento nos dez municípios de abrangência (Camaquã, Turuçu, Arambaré, Sentinela do Sul, Cristal, Cerro Grande, Dom Feliciano, Chuvisca e Tapes).
Na semana passada, a prefeita da cidade, Selmira Fehrenbach (PMDB), esteve reunida com o chefe da Casa Civil, em Porto Alegre, para pedir que o governo não retire os brigadianos do município. Conforme a prefeita, a promessa do Estado é de que em breve a situação seja totalmente normalizada. Conforme a chefe do Executivo, apesar de o município não possuir altos índices de criminalidade, a cidade não pode ficar sem policiamento. “É segurança para todos nós”, avaliou.
Em maio, o governo do Estado afirmou que todos os municípios com menos de três PMs por turno iriam receber reforço até julho. Por enquanto, as unidades do CRPO-Sul, que sofrem com a falta de efetivo, aguardam a promessa do governador José Ivo Sartori.
