DIÁRIO POPULAR: Relatório aponta que déficit no CRPO-Sul é 1.264 policiais

Longe dos 994 PMs previstos, 4º BPM possui 448 militares no policiamento (Foto: Jô Folha – DP)

Região do 4º BPM tem 45% do efetivo previsto

Por: Giulliane Viêgas

O Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Sul (CRPO-Sul) encara a falta de 1.264 policiais militares nas ruas da região de cobertura. Em relatório apresentado ao governador José Ivo Sartori (PMDB) na última sexta-feira, durante visita do chefe do Executivo estadual a Pelotas, apontou-se que o atual efetivo é de 1.041 PMs atuando em 27 cidades de abrangência da Unidade. O número é distante dos 2.305 do total previsto para o CRPO-Sul. A defasagem de policiais militares é de 54,84%. Só no ano passado, 164 policiais militares entraram para a reserva. As informações foram divulgadas com base num levantamento feito pelo Comando do CRPO-Sul.
Na área do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que engloba Pelotas e outros oito municípios (Canguçu, Pedro Osório, Morro Redondo, Cerrito, Piratini, Arroio do Padre, Pinheiro Machado e Capão do Leão), o déficit de policiais chega a 55%. Em algumas dessas cidades há um policial por turno.

O efetivo previsto pela corporação para a Região Sul é de 994 militares, entretanto, apenas 448 fazem parte do atual cenário. Desde a última segunda-feira (28), 19 policiais militares reforçam o efetivo em Pelotas. Os PMs são oriundos de diversas regiões do Estado e não compõem o novo quadro de policiais aprovados no último concurso da Brigada Militar. Em Pelotas, o pouco policiamento reflete no aumento da criminalidade.

Dados estatísticos da criminalidade no Rio Grande do Sul, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/RS) no início do mês, apontam que os crimes de furtos, furtos de veículos, homicídios, roubos e roubos de veículos tiveram aumento nos seis primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.

No 6º BPM, em Rio Grande e outros três municípios de abrangência (Santa Vitória do Palmar, Chuí e São José do Norte), a situação não é diferente. A falta de efetivo da Brigada Militar nessas localidades representa 50,3%. O total de policiais previsto pelo governo do Estado para o 6º BPM é de 634 PMs, no entanto, 315 atendem as ruas das cidades.
A área do 3º Batalhão de Fronteira (Jaguarão, Herval, Arroio Grande e Pedras Altas) está com 54,7% abaixo do efetivo previsto pelo Comando. Segundo o CRPO-Sul, a previsão é de 188 militares, mas 85 compõem a região.

O batalhão mais deficitário é o 30º BPM, responsável pela cobertura de São Lourenço do Sul e mais nove municípios (Camaquã, Turuçu, Arambaré, Sentinela do Sul, Cristal, Cerro Grande, Dom Feliciano, Chuvisca e Tapes). A falta de PMs nesses locais é de 64,5%. Conforme dados do CRPO-Sul, o efetivo previsto para a região do 30º Batalhão de Polícia Militar é de 375 policiais, mas a realidade é diferente. Atualmente, 133 militares realizam policiamento nos dez municípios.

Em maio, o governo do Estado afirmou que todos os municípios com menos de três PMs por turno iriam receber reforço até julho. Por enquanto, as unidades do CRPO-Sul, que sofrem com a falta de efetivo, aguardam a promessa do governador José Ivo Sartori. Há pouco mais de uma semana, em entrevista ao Diário Popular, o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, disse que até outubro Pelotas, São José do Norte e Rio Grande irão receber novos policiais. A reportagem tentou contato com o comandante do CRPO-Sul para comentar os dados, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.