ZERO HORA: Suspeitos de matar PM são indiciados por homicídio qualificado

19940986Crime atribuído a Gabriel Pereira Lima e Willian Ribeiro Marinho tem quatro agravantes

Por: Marcelo Kervalt

A 6ª Delegacia de Polícia de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre remeteu nesta sexta-feira ao Poder Judiciário o inquérito sobre a morte do soldado da Brigada Militar Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, de 29 anos. O agente foi morto com três tiros na cabeça durante abordagem a ocupantes de um Gol branco na Rua Santa Flora, bairro Cavalhada, em Porto Alegre, no dia 4 deste mês.

Gabriel Pereira Lima, de 18 anos, e Willian Ribeiro Marinho, 32, foram indiciados por homicídio quadruplamente qualificado (com os agravantes de praticarem o crime gerando perigo comum, mediante dissimulação, assegurando a impunidade de outro crime e por agirem contra servidor da segurança pública), receptação, associação criminosa e adulteração de veículo automotor.

Gabriel segue preso preventivamente desde o dia 6 deste mês, quando foi detido na Vila Resvalo, bairro Cristal, em Porto Alegre. Ele confessou ser o rapaz com camiseta do Barcelona que aparece à sombra de uma árvore nas imagens que mostram o assassinado do soldado (vídeo acima). A polícia sustenta a hipótese de que o jovem tenha engatilhado e deixado a arma ao alcance do atirador dentro do Gol branco.

Gabriel foi preso preventivamente no dia 6 deste mêsFoto: Divulgação / Brigada Militar

Marinho, conforme as investigações, seria o autor dos disparos. Natural de Laguna, em Santa Catarina, o açougueiro está foragido da Justiça gaúcha e catarinense. Ele integra o Primeiro Grupo Catarinense (PGC), uma das principais facções do Estado vizinho e rival do Primeiro Comando da Capital (PCC). Marinho é identificado pela polícia como sendo o rapaz de camiseta branca, que aparece no vídeo gravado por um morador discutindo com o soldado antes de pegar uma arma no carro e disparar três vezes na cabeça do brigadiano.

— O autor dos disparos continua foragido, mas em função de termos prendido uma pessoa, precisamos remeter hoje (sexta-feira) o inquérito. Vamos continuar investigando o caso — disse a delegada Elisa Souza, titular da 6ª DHPP.

Outras duas pessoas que estavam no Gol, mas que saíram antes do homicídio, ainda não foram identificadas, portanto, não foram indiciadas. Informações sobre o paradeiro de Marinho e dos demais suspeitos podem ser repassadas de forma anônima pelo telefone 0800 64 20 121.

Relembre o caso

Foto: Brigada Militar / Divulgação
 O soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho foi morto no início da tarde do dia 4 deste mês, na Rua Santa Flora, bairro Cavalhada, em Porto Alegre, após abordar um Gol branco em ocorrência de furto.

Imagens feitas por um morador mostram que o brigadiano, sozinho e à paisana, discute, empurra e chega a entrar em luta corporal com o atirador, que até então estava desarmado.

Na sequência, o homem, que seria Willian Ribeiro Marinho, pega uma arma no carro e dispara três vezes, acertando a cabeça do policial.

Na quarta-feira seguinte, dia 6 de julho, durante caçada aos possíveis autores dos crime, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) prendeu Gabriel Pereira Lima. Ele confessou ser o rapaz de camiseta do Barcelona à sombra de uma árvore. A polícia acredita que ele tenha deixado a arma engatilhada dentro do carro ao alcance de Marinho. Gabriel nega.

Além de Marinho, outras duas pessoas são procuradas.