Programa de policiamento comunitário é lançado em Santa Maria

22272677Ideia é articular a população de forma que colabore com a polícia em ações de prevenção

DIÁRIO DE SANTA MARIA

Em discussão desde maio deste ano, foi lançado oficialmente, na manhã desta quinta-feira, o programa Santa Maria Segura, uma parceria entre organizações privadas, órgãos de segurança e o poder público que busca, por meio do policiamento comunitário, reduzir os índices de criminalidade. O viés é a prevenção.

Em síntese, a criação do programa é um apelo à comunidade frente a um cenário de crise, onde a Polícia Civil e a Brigada Militar (BM) enfrentam dificuldades, com a perspectiva de que dessa forma – a alternativa encontrada – a cidade se torne mais segura.

– Se me questionassem sobre a razão de um projeto assim não ter começado há mais tempo, eu responderia que deveria ter iniciado há 20. Mas não foi. E estamos começando agora. Se continuássemos só com o policiamento, a situação de Santa Maria seria de maior gravidade – relata o coronel Worney Mendonça, comandante do Comando Geral de Policiamento Ostensivo (CRPO) Central.

O investimento da equipe é em redes de autoproteção, para que a comunidade em geral se torne “os olhos e os ouvidos” da polícia. Serão cinco passos, que começarão a ser postos em prática, efetivamente, a partir do 1º semestre de 2017. São eles: informação, orientação, reunião, e criação de redes de segurança e do conselho comunitário de segurança.

As etapas de informação e orientação vão envolver cartilhas informativas como, por exemplo, dicas específicas de prevenção contra furtos e roubos em bancos, comércio, transporte coletivo e veículos. A partir dessas ações, serão feitas reuniões de forma a identificar, nos bairros, redes comunitárias de segurança criadas, mesmo que de forma não oficial, mas que funcionam.

– Por exemplo, de maneira hipotética, eu vivo em um apartamento e existe uma forma de comunicação entre os moradores que ajuda a identificar quando algo ou alguém estranho está no imóvel. É uma forma de segurança. Se ela funciona, queremos saber de que forma isso poderia ser ampliado de forma a se integrar com a polícia – explica Vilson Serro, da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm).

A intenção é “bloquear oportunidades” do criminoso cometer o crime. O delegado regional da Polícia Civil, Sandro Meinerz, conta que a ideia é “chamar as pessoas para entrar no jogo”. Exemplo disso é a iniciativa Camobi Segura.

– A população tem estado cada vez mais insegura, cuidando mais do seu, sem olhar para o vizinho, aumentando a altura dos muros, inclusive. Se a comunidade se articular por meio dessas redes que vão começar a ser construídas e depois apresentadas, o criminoso vai ter cada vez menos espaço para agir. Devemos desenvolver o sentimento de pertencimento de quem vive em Santa Maria. A segurança pública é dever do Estado sim, mas precisa ser ainda mais direito e responsabilidade de todos – diz o delegado.

Rodrigo Ribas, da Associação Rural de Santa Maria, conta que cartilhas começarão a ser distribuídas neste sábado, e também na próxima segunda-feira.