
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Chamou a atenção a presença de mulheres entre a equipe envolvida em ação policial no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre. Elas já representam 37% da força policial no Estado
Boa parte dos mandados determinados pela Justiça foi cumprida em casas de famílias, onde nem sempre os moradores eram criminosos.
— Nessas buscas, a presença feminina é fundamental, pela nossa sensibilidade. Temos uma forma diferente de abordar as pessoas e obter informações que podem ser importantes para a apuração. Mas ainda fomos poucas nessa operação, estamos conquistando o nosso espaço — diz a inspetora Danielle Marmontel Matos, 29 anos, que está na Polícia Civil há dois anos e nove meses e é agente do Denarc.
Ao todo, de acordo com o chefe de polícia, delegado Emerson Wendt, 37% do efetivo da Polícia Civil gaúcha é formado por mulheres. Entre os delegados, 30% são mulheres.
— É uma força nova que vem oxigenando a polícia nessas últimas duas turmas — valoriza.
A presença das mulheres nas forças policiais não chega a ser novidade. O que muda é o papel delas, antigamente limitadas às ações cartorárias nas delegacias. Agora, são peças-chave na linha de frente da investigação.
— Imagina uma campana, por exemplo. É melhor um casal, que passe despercebido pelos criminosos de algum lugar, ou dois homens com jeito de policiais? — exemplifica a inspetora Danielle.
E a rotina é puxada. Nesta quarta, ela saiu do departamento à 1h, depois dos preparativos para a operação. Às 3h, já estava acordada para cumprir os mandados.
— Muitas vezes falta aquele tempo para se cuidar melhor, para ter uma vida mais tranquila. O namorado não aguentou a rotina, mas vale a pena. Eu sempre sonhei em fazer o que a polícia faz, era o meu objetivo de vida — resume a policial.